Cartas para Gonzaguinha
Está em cartaz no Centro do Rio a peça Cartas para Gonzaguinha. É um grito pela democracia; contra a homofobia, o racismo, o sexismo, a violência ambiental; pela paz e união.
As cartas são respostas dos trabalhadores de uma fábrica, no fim da ditadura militar na década de 1980, a uma pergunta de Gonzaguinha: O que é a vida?
Quase 40 anos depois, seguindo a ideia de Gonzaguinha, nós também queremos responder como será a vida daqui pra frente. Só que, agora, baseados na Carta aos Senadores que enviamos há quase dois meses e, até agora, ignorada.
1) Privatização dos Correios – a vida será muito pior. Os Correios são, para boa parte dos municípios brasileiros, o banco, o acesso postal, a principal base das entregas das compras online.
2) PLC 79 – A possibilidade de aprovação só vai facilitar a vida dos grandes acionistas das concessionárias (Oi, Vivo, Claro) que abocanharão R$ 100 bilhões em bens reversíveis. A vida da sociedade irá piorar, pois, entre outras mazelas, as escolas públicas deixarão de ter acesso gratuito à banda larga, obrigação que será extinta se o PLC 79 for aprovado.
3) Telefones públicos – a vida aqui poderia ter mais inclusão digital com a modernização dos orelhões, como ocorre em Nova York, inclusive como pontos de acesso Wi-fi. Mas as operadoras estão acabando com os telefones públicos, com a complacência da Anatel.
4) Rádio MEC – poderá ser fechada, deixando a vida e a cultura brasileira mais pobres.
5) Fim da Lei de TV por assinatura – Aqui, a vida ficará com menos conteúdo nacional nos canais de TV por assinatura. Qualquer mudança nessa lei tem que garantir as cotas de conteúdo nacional e produção independente.
É verdade que Gonzaguinha não poderá receber as nossas propostas para a composição de sua música. Mas toda a sociedade pode interpelar o Governo Federal e o Congresso Nacional para que eles respondam sobre esses pontos.
Afinal, apesar de toda a desesperança existente na sociedade brasileira, devemos acreditar na vida e lutar por dias melhores. Fiquemos com a música que diz: “eu sei que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita é bonita, é bonita e é bonita”.
Esta beleza depende de todos.
Instituto Telecom, Terça-feira, 13 de agosto de 2019
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