O coronavírus e a infodemia

mar 31, 2020 by

Infodemia é a disseminação de “fake news” sobre o coronavírus.

Em nosso país, lamentavelmente, estamos sendo governados por um irresponsável. Mas ele não está sozinho. Empresários como o dono do Madero, Durski; Luciano Hang (Havan) e Roberto Justus disseminam a ideia de que o coronavírus é uma “gripezinha” e que “a morte de infectados não é nada perto do estrago econômico”.

A verdade é que, como afirma o economista João Sicsú, “a economia já perdeu. Resta saber se vamos perder também vidas ou não.”

Uma outra grave mentira disseminada é que a pandemia  do Covid-19 foi gerada pela implantação do 5G. Na primeira semana de abril de 2019 norte-americanos e sul coreanos lançaram comercialmente a nova tecnologia de quinta geração. É verdade que a implantação do 5G demanda a instalação de antenas a cada 76 metros para garantir a conectividade. Isso aumentará, e muito, a exposição de pessoas, animais e plantas a campos de radiofrequência. Mas não há nenhum estudo conclusivo sobre os efeitos dessa exposição. Essa tecnologia poderá trazer resultados positivos para a pesquisa, a saúde, a segurança, a educação. Ligar o 5G ao coronavírus não ajuda em nada a solução sobre como salvar vidas.

Os que adoram teorias da conspiração se deliciam espalhando – ainda que sobre milhares de cadáveres – que o vírus teria sido desenvolvido em pesquisa do governo chinês ou americano. Uma arma? Não há nada que dê sustentação a essa ideia tresloucada. Não há nenhum centro de pesquisa ou cientista sério que apoie essa formulação.

Mais do que combater todas essas falácias, estamos preocupados com os valores da nossa sociedade. Nesse sentido, a colunista da revista Carta Capital, Esther Solano, dá vários indicativos de lições que devemos aprender:

1) “Sem o Estado não há vida literalmente…Sem serviços públicos, sem saúde pública, sem servidores públicos, sem gestores públicos que organizem, administrem e cuidem de nós, a morte está mais do que garantida”.

2) “No decorrer dos dias e ao redor do mundo, tem sido o Estado, a máquina pública, o único ente capaz de pensar em estratégias de combater ao vírus e fornecer um mínimo de dignidade aos cidadãos.”

3) “Nestes momentos, a privatização e a filosofia do Estado mínimo, matam. Literalmente. Não há metáforas aqui. A morte é muito real.”

Você pode concordar ou não com essas lições, mas o nosso desejo, é que, no mínimo, você reflita sobre elas. Pense nisso.

Instituto Telecom, Terça-feira, 31 de março de 2020

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