Rastrear emissões de gases de efeito estufa é desafio para o setor de telecom

ago 2, 2022 by

Segundo a nova edição do relatório do Boston Consulting Group (BCG), o BCG Telco Sustainability Index, a indústria de telecom, tem como principal desafio rastrear as emissões de gases de efeito estufa (GEE). O problema maior é rastrear as emissões do Escopo 3, aquelas com as quais as organizações têm relação indireta. Isso inclui emissões a partir de descartes de resíduos, transporte e distribuição, por exemplo.

O relatório aponta que as empresas do segmento têm agido de forma lenta no que diz respeito aos resíduos. Com algumas exceções, o levantamento aponta que poucas têm estabelecido uma linha de base clara sobre os esforços para reciclar os smartphones ou os equipamentos que fornecem aos clientes. Menos ainda se comprometeram com metas reais de redução de resíduos.

Além disso, apesar de algumas métricas, incluindo as emissões relacionadas às viagens de negócios, que são relativamente fáceis de rastrear, outras que envolvem produtos e serviços downstream têm se mostrado muito mais complicadas.

O índice ressalta que, para que haja uma abordagem sustentável eficaz, os fornecedores de serviços precisarão nos próximos anos medir com rigor suas emissões. Em seguida, assumir responsabilidades reais para reduzir sua pegada de carbono. Isso exigirá uma abordagem mais sistemática, automatizada e escalável para estabelecer uma linha de base de emissões de GEE de ponta a ponta, incluindo as emissões upstream e downstream em toda a cadeia de fornecimento de telecomunicações.

Destaques do estudo
Abaixo alguns destaques da edição mais recente do BCG Telco Sustainability Index:

  • Para as empresas de telecomunicações, tradicionalmente, os esforços de gestão eram orientados por receitas e lucros, seguidos pela satisfação do cliente. Agora, eles também devem levar em conta fatores de sustentabilidade em seus processos de direção, especialmente questões de sustentabilidade, como emissões de GEE e resíduos.
  • Algumas empresas estão usando a precificação interna do carbono para monitorar o progresso, traduzindo as métricas de emissões e resíduos de volta em dólares.
  • Operadores estão fazendo algum progresso em suas emissões de gases de efeito estufa e intensidade energética, especialmente na Europa, mas ainda estão significativamente atrasados em relação a outros fatores, como desperdício e prestação de serviços de sustentabilidade a seus clientes.
  • O principal desafio para o setor nos próximos anos será que os fornecedores meçam com precisão suas emissões e, em seguida, cumpram os compromissos para reduzir sua pegada de carbono. Fazer isso exigirá uma abordagem mais sistemática, automatizada e escalável para estabelecer uma linha base de emissões de GEE de ponta a ponta, incluindo emissões upstream e downstream em toda a cadeia de fornecimento.
  • Se cada decisão de compra exigisse uma avaliação manual das emissões ou consequências de resíduos, os operadores não conseguiriam mudar de fornecedor ou reagir rapidamente às tendências do mercado. O mesmo vale para produtos e serviços: sem uma ferramenta de avaliação automatizada, o lançamento de novos produtos e serviços se tornaria um processo muito mais lento e complicado.
  • Ao coletar dados não apenas sobre as emissões pelas quais são diretamente responsáveis, mas também sobre as emissões desencadeadas pelos produtos e serviços que vendem aos clientes, esse tipo de ferramenta de avaliação pode permitir que as empresas de telecomunicações ofereçam serviços com perfis de emissões definidos aos clientes que buscam rastrear e reduzir sua própria pegada.
  • A pesquisa mostra que os líderes climáticos obtêm maior crescimento de receita para seus produtos “verdes”, enfrentam riscos regulatórios mais baixos, obtêm financiamento mais barato e obtêm melhores retornos totais para os acionistas.

João Monteiro, IP News, 1 de agosto de 2022

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