Para Barbosa, rádio digital só dá certo se agregar valor

fev 3, 2010 by

RádioA adoção de um padrão digital para as emissoras de rádio no Brasil deve vir associada com a possibilidade de desenvolvimento, pelas universidades brasileiras, de soluções que agreguem valores ao serviço. Esta é a opinião do assessor especial da Casa Civil, André Barbosa. Segundo ele, os sistemas digitais existentes no mundo hoje não trazem uma qualidade muito superior a da apresentada pelas FMs (Frequência Modulada) analógicas.

O desenvolvimento de um middleware semelhante ao Ginga, agregado ao padrão digital de TV terrestre, é apontado por Barbosa como uma possível solução para adicionar valor ao serviço. A possibilidade de fazer pagamentos ou de baixar músicas, mediante pagamento, são exemplos de modelos de negócios sustentáveis para a FM digital. “A mera substituição do sistema hoje existente pelo digital não será suficiente”, frisa.

Barbosa sustenta que o desenvolvimento de soluções deve atender não apenas ao Brasil, mas a outros países, de forma envolver a indústria no projeto. Ele lembra que o país, o segundo maior mercado de rádio do mundo, com oito mil emissoras e que só perde para os Estados Unidos, com 13 mil, deixou de fabricar receptores há 11 anos. “E o rádio no Brasil ainda é um importante meio de comunicação”, disse.

O padrão europeu, o DRM (Digital Radio Mondiale), também tem a preferência de Barbosa por ser um sistema aberto, o que abre a possibilidade de transferência de tecnologia. O sistema ainda está sendo testado no Brasil, mas já arrebata seguidores, especialmente nas universidades. O padrão norte-americano, o IBOC (In-Band-On-Channel),  já testado no Brasil, além de depender do pagamento de royalties para sua utilização, apresenta dificuldades nas transmissões em Ondas Médias e Curtas, onde há maior interesse do governo por causa da Amazônia.

O Ministério das Comunicações, que está liderando o processo de escolha do padrão digital de rádio, promete para até o final deste mês a apresentação do relatório comparando as duas tecnologias. Os radiodifusores já manifestaram preferência pelo IBOC. “A decisão é do ministro Hélio Costas”, disse Barbosa.

 

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