O ipê e o 5G

dez 1, 2020 by

Que o governo federal está vinculado aos interesses mais conservadores no Brasil e no mundo, não há dúvida. Dois últimos exemplos reafirmam essa postura: o Ibama, que faz parte do Ministério do Meio Ambiente, decidiu excluir o ipê da lista de espécies ameaçadas de extinção. E o governo insiste em excluir a gigante chinesa Hawuei do fornecimento de equipamentos para o 5G.

 

No caso do ipê, a madeira brasileira mais cobiçada internacionalmente passará a ser vendida sem monitoramento ou licença obrigatória específica, ou seja, como se fosse qualquer espécie. Isso ocorre por pressão de madeireiros do Mato Grosso e do Pará ao Ibama. Lamentável.

No 5G, repetindo a cantilena de Trump, o governo federal insiste em bloquear a Huawei com a alegação, mais uma vez sem provas, de que a empresa chinesa colocaria em risco a segurança nacional. Ora, se fosse por isso nenhum fabricante poderia ser aceito. Os americanos são especialistas em espionagem, inclusive para tramar a derrubada de governos, como recentemente ocorreu com a presidenta Dilma.

O fato é que a Huawei participa hoje em cerca de 50% do mercado de todas as redes de celular do Brasil, de acordo com dados da publicação Telesíntese. Na Claro, estaria com 55% do market share; na Nextel, com 100%; na Vivo, com 65%; na TIM, com 45%; na Oi, com 60%; na Algar Telecom, com 50%. Descontinuar essas redes resultaria na implantação muito mais cara do 5G.

Ao invés de se preocupar em restringir a participação de um fabricante, o governo deveria estar fazendo um planejamento para levar o 5G para todos os municípios brasileiros. Mas isso é pedir demais de um governo que insiste em abrir mão das nossas riquezas naturais, que não investe em pesquisa, proclama o ódio e usa e abusa de fake news.

Apesar disso tudo, precisamos continuar cobrando a redução das desigualdades sociais e digitais. Mesmo de um governo irracional e negacionista.

Instituto Telecom, Terça-feira, 1 de dezembro de 2020

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