Nossa Opinião: Tecnopolítica para combater o monopólio das Big Techs
O livro “Tecnopolítica; um guia para entender a relação entre poder, economia, , cultura e luta democrática contra as Big Techs”, organizado por Joyce Maldonado, Sergio Amadeu, Yanca Palumo, publicado pela editora Autonomia Literária, em 2025, é inspirado no Podcast Tecnopolítica que entrevista ativistas, pesquisadores, professores, advogados, políticos, engenheiros e outros especialistas.
Sérgio Amadeu afirma que “a partir da constatação de que as tecnologias não são socialmente neutras, o conceito de tecnopolítica trata da possibilidade das tecnologias incorporarem formas específicas de poder político e econômico”.
As implicações políticas dos algoritmos; internet e concentração de poder; literatura, tecnologia e formação de subjetividades; o poder das plataformas e a financeirização da rede; uberização e as tecnologias da precarização do trabalho; tecnologia e racismo; Amazônia e o novo colonialismo digital são alguns dos capítulos desse livro.
O Instituto Telecom destaca a importância desse livro para o debate da regulação da inteligência artificial (IA) e das big techs com informação e posicionamento de classe.
As big techs (basicamente grandes conglomerados norte-americanos) falam em liberdade como se fosse para todos, mas, na verdade defendem a liberdade de exploração e lucros exacerbados. A regulação dessas empresas, elementos chaves do capitalismo atual, é estratégica.
O Congresso Nacional de maioria conservadora, de direita reacionária, ao mesmo tempo que barra a cobrança de impostos dos ricos, é lento na discussão na Câmara Federal sobre a regulação tanto da IA quanto das big techs. Aliás, duas faces do mesmo debate: a democratização da comunicação.
Não podemos continuar legitimando o discurso da neutralidade tecnológica, de que todos serão beneficiados na sociedade capitalista das big techs, de que teremos postos de trabalho para todos, de que haverá mais democracia da comunicação por causa das grandes redes.
Combater o monopólio das big techs (Alphabet, proprietária do Google e YouTube; Meta, proprietária do Facebook e Instagram; Amazon; Microsoft; Apple) é o caminho para termos uma sociedade mais democrática, inclusiva, que repudie o discurso de ódio e tenha mais igualdade e melhor distribuição da renda.
Instituto Telecom, Terça-feira, 1 de julho se 2025
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