Algar triplica lucro, mas mostra queda em receita de dados móveis

maio 18, 2015 by

Em seu balanço financeiro referente ao primeiro trimestre do ano, a Algar Telecom mostrou crescimento anual em quase todos os indicadores, sobretudo no lucro líquido, mas uma queda no comparativo com o último trimestre de 2014. O resultado da companhia, divulgado nesta sexta-feira ,15, também mostra uma tendência contrária a de outras empresas de setor: queda nas receitas de dados móveis e em serviços de valor agregado (SVA).

 

A Algar registrou aumento anual de 15,5% na receita bruta, total de R$ 744,7 milhões. Apesar de grande parte desse montante ser da área de telecom, que somou R$ 527,9 milhões (aumento de 9,9%), o maior crescimento foi da área de soluções de TIC e BPO: 31,9%, totalizando R$ 216,7 milhões. A receita líquida aumentou 14,7% e fechou março em R$ 574,9 milhões.

No comparativo de trimestres consecutivos, entretanto, houve queda em todas as áreas: 2,59% na receita bruta total, 2,78% em telecom e 2,17% da Algar Tecnologia. Nessa comparação, a maior queda foi da receita líquida: 4,99%.

A mesma tendência de recuo entre trimestres consecutivos foi observada na divisão por área de telecom. A receita do negócio fixo aumentou 7,5% ano a ano e queda de 3,13% contra o 4T14, total de R$ 423,4 milhões.

O uso de dados foi o maior responsável pelo aumento anual, com crescimento de 13,5% e soma de R$ 254,8 milhões. A companhia atribui isso ao aumento de 15,8% em serviços de dados corporativo e de 9,1% em banda larga residencial, que contou com migração de base para maiores velocidades com o FTTH, que oferece maior ticket médio. O uso de rede aumentou 14,8% (R$ 18,1 milhões) e “outros serviços” avançaram 29,8% (R$ 22 milhões). Por outro lado, os serviços de voz fixa e de TV por assinatura caíram 7,4% e 1,8% respectivamente, somando R$ 94,8 milhões e R$ 33,7 milhões.

Já o negócio móvel aumentou 20,9% comparado com o mesmo período do ano anterior, mas recuou 1,32% em relação ao penúltimo trimestre, totalizando R$ 104,5 milhões. Vale ressaltar que a Algar foi na contramão das demais operadoras e acabou mostrando recuo anual em dados: 18,1% de queda em banda larga (R$ 9,9 milhões, justificada pela queda da base de acessos com modems 3G) e 32,6% de recuo em SVA (R$ 1,1 milhão, graças a descontos em planos com bônus em SMS e torpedos). Também mostrou diminuição a receita com interconexão: 9,1%, total de R$ 5,5 milhões. Por outro lado, a receita com voz aumentou 33% e fechou março com R$ 85 milhões, enquanto a receita com vendas de aparelhos e acessórios aumentou 10,6% e totalizou R$ 3 milhões.

Lucro aumentado

O lucro bruto da empresa foi de R$ 216 milhões, aumento de 20% anual e queda de 8,28% contra o 4T14. O lucro líquido aumentou mais de três vezes: 238,3%, totalizando R$ 29,2 milhões. De acordo com a Algar, o desempenho é decorrente de maior geração operacional de caixa, apesar de maior depreciação e despesas financeiras líquidas. Contudo, o lucro ainda foi 54,16% menor do que em dezembro.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) fechou março em R$ 142,8 milhões, aumento de 47,1% anual e queda de 9,56% no consecutivo. A margem EBTIDA ficou em 25%, ou 6 pontos percentuais (p.p.) acima do 1T14, mas 1 p.p. abaixo do 4T14.

Considerando somente o negócio de telecom, o EBTIDA fechou o período em R$ 128,5 milhões, aumento de 45,2% ao ano. A margem foi de 33%, 8 p.p. acima. O EBTIDA da Algar Tech foi de R$ 14,2 milhões, aumento de 66,6%, com margem de 7%, 2 p.p. acima do 1T14.

Se por um lado a companhia mostrou queda nas receitas e lucro no comparativo consecutivo, a dívida líquida diminuiu 0,4% nesse período, encerrando março em R$ 1,096 bilhão. Segundo a Algar, isso aconteceu porque a empresa bancou os investimentos no primeiro trimestre do ano com a própria geração de caixa. A relação dívida líquida/EBTIDA foi de 1,9 vez no período de 12 meses encerrado no 1T15.

Todavia, os investimentos Capex diminuíram 21,30%, totalizando R$ 85 milhões. Desse montante, a maioria (73%) foi destinada à expansão de rede. O restante foi para garantir a manutenção de operação (22%) e crescimento de serviços de soluções integradas de TIC e BPO (5%).

Operacional

A base total da Algar aumentou 11,6% em 12 meses, totalizando em março 3,174 milhões de Unidades Geradoras de Receitas (UGRs). A banda larga fixa (ADSL e FTTH) aumentou 6,8%, ficando com 396 mil acessos. Já a telefonia fixa aumentou 9,5%, total de 1,251 milhão. A base de UGRs de TV paga caiu 13,5%, ficando em 118 mil – segundo a companhia, “a queda é decorrente de iniciativas de limpeza de base e melhoria da qualidade das vendas”.

No negócio móvel, a companhia registrou queda de 16,3% na banda larga (novamente por causa do churn de usuários de modems 3G), fechando março com 104 mil acessos. No total, a companhia possuía 1,205 milhão de UGRs móveis, aumento de 22,9%. A base pós-paga aumentou 24,9% (288 mil), mas a maior parte ainda é pré-pega: 917 mil, aumento de 22,3%.

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