Banda Larga: Setor privado reage à reativação da Telebrás

Ao participar do Seminário Políticas de Telecomunicações, promovido pela Converge Eventos, e que acontece em Brasília, nesta quinta-feira, 04/02, José Pauletti, presidente da Abrafix, entidade que reúne as concessionárias de telefonia fixa, advertiu ao Governo.
Segundo Pauletti, se há a intenção do Estado de voltar ao mercado de telecomunicações como prestador de serviços, através do Plano Nacional de Banda Larga, mais à frente, o governo não poderá acusar as empresas de telefonia de terem reduzido investimentos no setor.
O presidente da Abrafix lembrou que foi feita uma prospecção de aportes da ordem de R$ 70 bilhões até 2014, levando em conta o incremento da demanda por acesso rápido à internet. Mas, na visão do executivo da Abrafix, nenhuma empresa do setor manterá tal nível de investimento para fazer algo que o governo se propôs a fazer sozinho.
Em outra frente, o senador Flexa Ribeiro, presidente da Comissão de C&T do Senado Federal, observou que a discussão do Plano Nacional de Banda Larga precisa ser aprofundada no Congresso Nacional. Tanto é assim que o senador planeja realizar uma Audiência Pública para cobrar maiores informações do Governo.
Flexa Ribeiro enfatizou que reativar a Telebrás e esperar que esta estatal, isoladamente, preste serviços de banda larga no país, seria um contrasenso. Da mesma forma, enfatizou,deixar essa questão apenas com o setor privado, determina um custo que proporciona a exclusão digital. “Creio que temos de ter um meio-termo nessa proposta”, reiterou.
Por sua vez, o secretário de Telecomunicações, Roberto Pinto Martins, que representou o ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que está sendo feita uma leitura indevida sobre a reativação da Telebrás. Segundo ele, o governo não está pensando em utilizar a estatal para competir com o mercado privado.