Compra da Time Warner pela AT&T sela o destino da Sky no Brasil

out 24, 2016 by

Se obtiver a autorização regulatória por parte das autoridades dos Estados Unidos para confirmar a aquisição da Time Warner por US$ 85,4 bilhões, a AT&T terá de selar o destino da Sky, a segunda maior operadora de TV por assinatura e também prestadora de serviços banda larga, no Brasil. Pela legislação brasileira, leia-se a Lei do SeAC, 12.485/2011, a AT&T será obrigada a se desfazer do ativo se quiser manter os canais da Time Warner, entre eles a HBO, no país.

A estratégia da AT&T para o Brasil é cercada de mistérios. A operadora, até o momento, não revelou qualquer plano de ação para a Sky.  A proposta dela – revelada de forma bastante restrita e em 2015- é explorar o mercado de comunicação máquina a máquina, e ainda assim, trava uma batalha regulatória com o governo para o roaming permanente. Desde a aquisição da DirectTV, a Sky manteve a sua rotina de atuação e se posiciona como o número 2 no mercado de TV paga. Também avança na oferta de banda larga fixa com o TDD.

A Time Warner é controladora da HBO, dos estúdios Warner Bros. e da programadora Turner (que tem os canais CNN, TNT, Cartoon entre outros). Além disso, a Time Warner é acionista do segundo maior serviço de vídeo OTT nos EUA, o Hulu. Além do Hulu, a HBO também tem nos EUA o HBO Go, que é um serviço de distribuição OTT dos conteúdos HBO.

Uma série de indagações pode ser feita com relação à Sky: quem vai se interessar em comprar o ativo no Brasil num momento que a TV por assinatura está em baixa e sofre com a concorrência forte das OTTs? A AT&T abriria mão do conteúdo da HBO no Brasil para ficar com a Sky, em função dos 5,3 milhões de assinantes? Fato é que se vender a Sky, a AT&T fica de uma vez por todas fora do mercado de Telecomunicações nacional, que a bem da verdade, não parece estar no radar da gigante, uma vez que abriu mão, mesmo decepcionando os planos do Governo, de participar do leilão 4G.

Ana Paula Lobo, Convergência Digital, 24 de outubro de 2016

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