Correios, muito além das cartas

ago 27, 2019 by

Os Correios são uma empresa pública, autossustentável e superavitária. Uma empresa que emprega cerca de 100 mil trabalhadores e entrega meio milhão de objetos ao mês. No mundo todo há apenas oito correios privatizados, sendo que nenhum desses está localizado em países com extensão geográfica idêntica a do Brasil.

Nos EUA o serviço é público e tem mais de 600 mil funcionários. A United States Postal Service (USPS) ou, em língua portuguesa, Serviço Postal dos Estados Unidos, é uma empresa governamental.

Os Correios do Brasil têm também um papel social importantíssimo. São o grande operador logístico do Estado, distribuindo livros didáticos e as provas do Enem. Em muitas localidades é a única instituição responsável pela emissão do CPF e do certificado digital. Foi fundamental na implantação do Programa Fome Zero. É essencial na entrega de donativos em caso de catástrofes ou situações de emergência.

Em 324 municípios a empresa dá lucro e é este lucro que garante os serviços em todos os outros mais de 5000 municípios brasileiros. Os Correios montaram uma estratégia logística sincronizada para entrega de objetos sensíveis ao prazo – tipo Sedex- tanto em regiões metropolitanas quanto nas cidades ribeirinhas da Amazônia, com uma efetividade de 98%.

O Banco Postal, que funciona em agências dos Correios de 1.600 municípios do país, permite o acesso de milhões de brasileiros ao serviço bancário. Há uma década e meia, as agências postais têm levado serviço bancário aos municípios onde os bancos recusam-se a atuar. Uma parceria com o Banco do Brasil e a Receita Federal garante o programa Exporta Fácil, permitindo a pequenos produtores e artesãos enviarem suas mercadorias diretamente a mercados no exterior.

Os Correios, assim, vão muito além da entrega de cartas. Sua privatização não interessa aos trabalhadores e nem à maioria da sociedade brasileira. As empresas privadas, leia-se multinacionais estrangeiras que estão ávidas para colocar as mãos nessa empresa do povo brasileiro, atuariam apenas nas áreas que dão lucro deixando o restante do país a própria sorte ou a falta dela.

Os Correios devem continuar públicos para garantir o serviço para todos.

Instituto Telecom, Terça-feira, 27 de agosto de 2019

 

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