De Pernambuco a Nova York

jul 18, 2017 by

Há alguns anos, o país tinha a terceira maior rede de telefone público (TP) do mundo. Essa rede vem sofrendo uma contínua redução e hoje está completamente sucateada. Mas, que interesse tem isso se para boa parcela da população o telefone público é algo ultrapassado e sem necessidade de existir?

 

Se fôssemos até Nova York, nos Estados Unidos, essa visão poderia ser diferente. Desde o final de 2015 os velhos orelhões da cidade estão sendo trocados por pontos wi-fi com internet grátis e alcance de 50 metros, telas sensíveis ao toque com informações sobre a cidade. Realizam chamadas gratuitas para qualquer telefone nos EUA. São pontos para recarga de bateria de dispositivos móveis via entrada USB.

Enquanto isso, aqui no Brasil, a Anatel elaborou uma proposta para o novo Plano Geral de Metas de Universalização que, na prática, acaba com os TPs. O Ministério Público Federal em Pernambuco move uma ação civil pública para que “a Oi e Anatel garantam serviço de telefonia pública de qualidade aos cidadãos em Pernambuco”. Cerca de 50% dos terminais estão em condições deploráveis e sem possibilidade de uso. Essa é a realidade em todo o país.

O Instituto Telecom tem denunciado insistentemente a falta de fiscalização da Anatel e o total descaso das concessionárias, principalmente Oi e Vivo, em relação aos telefones públicos: falta de manutenção, higienização, modernização. Ao mesmo tempo, temos ressaltado a importância da banda larga como serviço essencial que deveria ser prestado em regime público, com metas de universalização, qualidade e tarifas módicas.

Os telefones públicos, ao contrário do que querem as concessionárias e a Anatel, devem ser tratados como uma das possibilidades real de garantir acesso à voz e à internet.

Instituto Telecom, Terça-feira, 18 de julho de 2017

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