Brasil 100% Online
Vivemos dias de alta dramaticidade para os trabalhadores e a sociedade em geral. O Congresso Nacional saído das urnas no dia 7 é muito mais conservadoras do que o atual. Essa composição torna extremamente difícil realizarmos mudanças no sentido de garantirmos as riquezas nacionais, o pré-sal, as empresas estatais estratégicas, a recuperação do valor real do salário-mínimo, a previdência pública, os direitos que restaram na CLT aos trabalhadores, a rejeição do PLC 79 (entrega às operadoras de R$ 100 bilhões em bens reversíveis).
A atenção agora é toda voltada para algumas eleições estaduais, mas, principalmente, para a definição do presidente da República. Estão em debate dois projetos antagônicos: um autoritário, excludente, ao lado do grande capital nacional e internacional; o outro, que defende um projeto desenvolvimentista, de inclusão das parcelas mais pobres da sociedade.
No caso das telecomunicações, os dois projetos exemplificam o que desejam para o país:
a) O candidato Jair Bolsonaro, tendo ao seu lado o economista Paulo Guedes (um banqueiro, um dos fundadores do Banco Pactual), defende a redução de investimentos públicos em ciência e tecnologia, alegando que o modelo atual está “totalmente esgotado”. Não há uma única linha no seu programa sobre banda larga ou as telecomunicações brasileiras.
b) O candidato Fernando Haddad (PT) afirma que criará o programa Brasil 100% Online, com fortes investimentos “para garantir a universalização da banda larga barata e acessível para todos e todas”. O programa terá como meta garantir que todos os domicílios brasileiros tenham condição de acessar a Internet de alta velocidade, a um preço acessível, bem como baratear e melhorar a qualidade do acesso à Internet pelo celular.
Para isso, o Brasil 100% Online vai:
a)conectar mais de 2 mil municípios à rede fibra ótica;
b) garantir que o Satélite Geoestacionário brasileiro seja usado para conexão de rádio IP em municípios de pequeno porte, áreas rurais e distritos isolados. A capacidade do satélite será utilizada para as políticas de Defesa Nacional e para a Telebrás universalizar a internet banda larga. A inclusão digital deve se sobrepor ao lucro privado de grandes empresas;
c) fazer com que todos os distritos brasileiros (mesmo aqueles afastados da sede dos municípios) recebam sinal de celular;
d) exigir das empresas que forneçam conexão de alta velocidade a 3.600 municípios que hoje só contam com 3G
O Instituto Telecom, em defesa dos direitos humanos, da democracia, da preservação das empresas estatais estratégicas, dos direitos dos trabalhadores e pela universalização da banda larga, afirma seu total apoio ao candidato Fernando Haddad.
Instituto Telecom, Terça-feira, 9 de outubro de 2018