O abismo profundo da Oi

set 12, 2017 by

A Oi é responsável pelas telecomunicações em 26 estados da federação. Sem os serviços prestados pela empresa, muitos municípios ficariam isolados do país. A própria Anatel já reconheceu que “interrupções graves na rede da Oi podem afetar intensamente as demais empresas do setor. Além disso, é necessário observar que, em algumas centenas de municípios, a Oi é a única prestadora de serviços de telefonia fixa ou celular”. É uma situação extremamente dramática que só piora.

O número de credores é tão grande que a Assembleia Geral de Credores foi marcada para o dia 9 de outubro, no Riocentro. São 55 mil credores de uma dívida de cerca de R$ 70 bilhões. E falta menos de um mês para que seja apresentada uma proposta ou se estabeleça a intervenção na empresa.

O processo de recuperação judicial da Oi foi deferido no dia 29 de junho de 2016, portanto mais de um ano atrás. Ao entrar em recuperação judicial, a empresa teve a possibilidade de, por 180 dias, não pagar aos seus credores. Esse prazo foi prorrogado pela Justiça até fevereiro de 2018 ou até a Assembleia Geral de Credores.

Então, tempo não faltou para elaborarem uma proposta. Por que os atuais administradores da Oi não conseguem apresentar uma proposta para equacionar a dívida?

Se é verdade que, do lado dos credores, há grandes grupos de meros especuladores, verdadeiras aves de rapina, do outro lado os grandes acionistas já demonstraram toda a sua incompetência para administrar a empresa e retirá-la do atoleiro no qual eles e, sucessivas administrações desastrosas, a colocaram.

Os representantes do mercado até apresentam propostas para a compra da Oi. Empresários russos, egípcios, chineses, banqueiros. Todos eles só querem especular e ganhar muito dinheiro com a operação, da mesma forma que, desde 1998, os acionistas da Oi se comportam.

O Instituto Telecom considera que a solução do problema da Oi passa por uma proposta que coloque em destaque o interesse dos usuários dos serviços de telecomunicações e dos seus mais de 100 mil trabalhadores diretos e indiretos . Qualquer proposta que só sistematize os desejos do mercado levará a empresa a um abismo ainda maior.

Instituto Telecom, terça-feira, 12 de setembro de 2017

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